A VIDA EM ALCATEIA

Os lobos são animais sociais que vivem em alcateias, as quais defendem um determinado território. A alcateia não é uma estrutura social estática e hierárquica, mas um grupo familiar dinâmico com grandes semelhanças a uma família humana. O casal reprodutor forma a base da alcateia, a qual, com a reprodução e o nascimento das crias se torna mais numerosa e complexa, podendo incluir crias de vários anos, mas também integrar outros lobos adultos, normalmente aparentados com o casal reprodutor. O acasalamento e as diferentes etapas de desenvolvimento das crias irão introduzir alterações na composição da alcateia ao longo do ano e determinar os movimentos no interior do seu território.

De forma geral, a dinâmica anual de uma alcateia em Portugal passa pelas seguintes etapas:

  1. Final de abril/maio, depois de cerca de 64 dias de gestação, os lobitos nascem no covil;
  2. Em finais de junho, com 5 a 8 semanas de vida, as crias iniciam as primeiras deslocações em redor do covil;
  3. No início de julho, as crias são levadas para os locais de reunião da alcateia (i.e. rendezvous), situados próximo do covil. Estes locais passam a constituir o principal centro de atividade da alcateia, onde as crias permanecem até final do verão;
  4.  Em finais de setembro/outubro, os lobachos começam a acompanhar os adultos nos seus deslocamentos pelo território, nomeadamente nas atividades de caça;
  5. Entre novembro e fevereiro, os lobos juvenis atingem as dimensões dos adultos e, ao fim de 1 a 2 anos de idade, poderão começar a dispersar.
  6. Durante o mês de fevereiro o casal reprodutor inicia a época de acasalamento, que ocorre apenas uma vez por ano, durante algumas semanas, enquanto a fêmea se encontra recetiva;
  7. Durante março e abril, no período de gestação das crias, a alcateia poderá perder membros por dispersão dos juvenis, os quais abandonam a alcateia natal em busca do seu próprio território e da oportunidade de se reproduzir ou integrar outras alcateias. Havendo disponibilidade alimentar no território, alguns juvenis optam por permanecer junto dos progenitores mais algum tempo, permitindo fortalecer a alcateia;
3. As crias permanecem num local específico, onde se concentra a atividade de toda a alcateia. 2. As crias emergem do covile deixam de ser amamentadas. 4. As crias começam a acompanhar os adultos. 5. Alcateias numerosas com as crias do tamanho dos adultos. 6. Acasalamento do par reprodutor. 7. Alcateias mais pequenas, devido à dispersão dos animais com 1 a 2 anos de idade (i.e. abandono da alcateia natal). 1. As crias nascem no covil. design: anafaria.pt
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