NORMAS DE CONDUTA EM ÁREAS DE LOBO
Reconhecer a mais valia que é viver ou visitar uma região onde o lobo faz parte da biodiversidade local pode facilitar a coexistência das comunidades rurais com a espécie. Porém, tratando-se de um animal sensível à presença humana, é importante minimizar os fatores de perturbação.
A conservação do lobo e de todas as espécies que com ele partilham o habitat depende de todos nós, pelo que é importante ter em consideração os seguintes pontos e normas de conduta:
Alguns pontos e normas de conduta a reter:
- Quando percorrer áreas ocupadas pelo lobo, tente que a sua presença passe praticamente desapercebida: evite comportamentos e barulhos que perturbem a paz do local, não saia dos caminhos abertos à circulação e respeite os valores naturais e culturais da região;
- Seja afável com a população local, respeite os seus usos e costumes, a sua cultura e as propriedades privadas;
- Opte por gastronomia e por produtos locais que resultem de atividades sustentáveis e sejam compatíveis com a conservação do lobo;
- O lixo tem sítio próprio. Se não existirem recipientes, traga-o consigo até o poder deixar em local apropriado para o efeito;
- Nunca alimente os animais silvestres, nem os domésticos, em particular cães que encontre a proteger o gado;
- É fortemente desaconselhado levar os seus cães de companhia consigo, pois a sua presença perturba os animais silvestres e domésticos e pode potenciar situações de risco, nomeadamente se encontrar gado protegido por cães;
- Se encontrar cães de proteção de gado sinalize a sua presença (falando alto, por exemplo), mantenha-se calmo e não corra (se circular de bicicleta desça e leve-a pela mão), evite movimentos bruscos e não ameace o gado nem os cães. Mantenha a distância de segurança e nunca tente atravessar o rebanho ou manada, antes circunde-o ou, caso não seja possível, volte para trás;
- Se encontrar gado em pastoreio, mantenha uma distância superior a 25 metros e não incomode os animais;
- Os atropelamentos são uma das principais causas de morte do lobo e também representam um risco para o condutor. Se conduzir, redobre o cuidado em possíveis locais de passagem de fauna, como curvas apertadas em áreas mais remotas e florestadas. Tenha também maior atenção durante a noite, amanhecer e entardecer, que são períodos de maior atividade do lobo e outros animais silvestres;
- Evite níveis de perturbação excessivos, como grupos numerosos, utilização de drones e circulação com veículos motorizados todo-o-terreno nas áreas mais remotas, em particular durante a época de nascimento e dependência das crias de lobo (maio a setembro). Lembre-se que a perturbação e deterioração dos locais de reprodução de lobo, especialmente durante os períodos referidos, é punível por lei (Dec-Lei 54/2016);
- Descubra os territórios ocupados pelo lobo procurando indícios da sua presença (p.ex., pegadas e dejetos) e procure conhecer, junto dos habitantes locais, a sua relação com a espécie. O rico património cultural associado ao lobo em Portugal, seja ele edificado ou de tradição oral, é um dos maiores valores turísticos associados a este predador;
- O lobo é um animal de difícil observação, mesmo para aqueles que o estudam. Tenha a noção da raridade e do privilégio que é observar um lobo. Se isso acontecer, não perturbe nem persiga o animal, mantenha o silêncio e observe-o à distância, recorrendo a telescópios ou a binóculos;
- Observar um lobo por acaso é diferente de o procurar propositadamente. A tentativa de observação de lobos (através de uivos simulados, esperas, drones e colocação de câmaras automáticas), em particular nos seus locais de reprodução, é punível por lei e requer autorizações específicas para fins científicos, por parte do ICNF;
- Caso presencie alguma situação que aparente ser uma potencial ameaça para o lobo, para outros animais ou para o ambiente, deve comunicar de imediato à GNR/SEPNA (Linha SOS Ambiente e Território: 808 200 520) para que esta entidade possa tomar medidas adequadas à situação.